segunda-feira, março 22, 2010

A luta da conquista


Caminhava de pés de calços sobre a areia molhada na bela e insulada ilha para onde viajei. O sol radiante, o calor temperado com uma suave e fresca brisa, faziam daquele passeio o mais melódico que alguma vez desfrutei. O som harmónico da rebentação das ondas, o murmurar dos animais que faziam daquele lugar sua casa, faziam sentir-me tranquila. Todo aquele lugar era paz.

Pensei entrar na água morna e vítrea mas com receio de que se tornasse novamente impaciente e bravia como na minha primeira viagem ao fundo do mar, não arrisquei e optei por somente observa-la, sem lhe tocar.

Sentei-me na areia, contemplando a primorosa excelência daquele espaço e, apesar de todas as sensações maravilhosas que tudo me fazia sentir, algo faltava. Aquele não era o meu lar, não me pertencia e eu não pertencia aquele lugar. Talvez se tivesse alguém com quem partilhar a desfrutação do momento, sentisse de maneira diferente mas acredito que, apesar da pulcritude daquela ilha e por muito que estimassem a minha companhia, não haveria ninguém que optasse por ali viver.

A calma e a serenidade são os anseios de todos mas a verdade é que, ao alcança-las, a saudade da azafama, da confusão e até mesmo das zangas, acentua-se simplesmente porque aí sabemos valorizar e podemos deleitar-nos com o prazer das pazes e do silencio.

Apesar tranquilidade, do sossego, de toda a formosa harmonia que por momentos nos sabe tão bem, todos nós precisamos de obstáculos, de amarguras, para conhecermos o verdadeiro significado da felicidade.

 Apressei-me e voltei à minha anterior vida onde, mesmo estando longe de ser perfeita, sou feliz e depois do necessário descanso, nada como sentirmos-nos queridos, acalorados pela irrequietude da família, dos amigos… do nosso amor.